29 de outubro de 2007

O Livro…

Há quem o trate como um inimigo e há também quem o veja como um bom amigo, aquele que nos acompanha em viagens, para que estas não se tornem aborrecidas.
Quem o vê assim certamente tem uma cultura mais vasta do que aqueles que o vêem como uma oposição, como um alvo a abater, melhor dizendo.
Será que custa assim tanto ler um livro? Será que não vêem a sua importância? É só para o nosso bem, é a nossa cultura que aumenta um pouco a cada página que lemos, são mais umas palavras para acrescentar ao nosso vocabulário, será isso mau? Jugo que não.
Cada vez vivemos mais numa sociedade sedentária, numa sociedade que só pensa em chegar a casa e ver a telenovela que está prestes a começar.
E o livro? Pois bem, esse está guardado na estante a criar pó.
Vamos deixar a televisão um pouco para trás, pois aquela caixinha pequenina já cansa de tantos programas fúteis que tem para nos mostrar. Vamos agora passar para os livros, para o objecto recheado de páginas e letrinhas, pois esses têm muito para nos ensinar.
Vamos lá portugueses, vamos acordar, ler é um belo lazer e nunca matou ninguém.

David Roques, nº4 – 10ºI



“Um bom livro é um bom amigo" - Jacques Saint Piérre Hoje em dia é muito difícil encontrar um bom livro, assim como um bom amigo...Concordo e percebo a razão pela qual Jacques Saint Pierre afirma que os livros poderão transformar-se em amigos. Quando vamos a uma livraria e damos de caras com "aquele" livro... Aquele que nos captou a atenção, aquele que nos disse "Olá" sem perguntar quem és, aquele que nos deu um aperto de mão sem nos julgar e aquele que ficamos a saber como é, e quem é, bastando ir à parte de trás da capa... ficamos com a sensação de que será o inicio de "uma bela amizade". A partir daí é o livro que nos faz companhia nas horas de maior aborrecimento, que por vezes nos ajuda a crescer e ensina, e que nos faz ver a vida com outros olhos. E depois vem a parte mais difícil, a despedida, quando acabamos de o ler. Mas um dia, quando estivermos aborrecidos e sozinhos, este vai lá estar para nos fazer companhia, sempre que precisarmos.

Diana Abegão, nº 23, 10ºI

23 de outubro de 2007

A propósito...

A PROPÓSITO DO DIA INTERNACIONAL DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES…

Há dias para tudo; a lista surpreende pelo misto de seriedade e futilidade. Mas há dias mais importantes do que outros, por aquilo que recordam ou celebram. Neste grupo, incluo o Dia Internacional das Bibliotecas Escolares (22 de Outubro), que modestamente vem lembrar a importância que as bibliotecas das nossas escolas tiveram ou têm na nossa vida.
“Não mexam em nada”, “Não façam barulho”, “Não tirem os livros dos armários” (Como poderíamos fazê-lo se eles estavam fechados à chave?). É esta a imagem que guardo das bibliotecas dos meus tempos de aluna. Um local onde entrávamos a medo, onde íamos “consultar” (como quem vai ao médico tratar das maleitas), onde os alunos indisciplinados passavam tardes de castigo... Não havia música, nem televisão, nem computadores ; apenas livros impecavelmente alinhados que reuniam todo o saber disponível e que olhávamos com admiração, respeito … e medo de desarrumar.
Felizmente, a biblioteca mudou : tornou-se mais colorida, mais animada, mais variada, menos inacessível. Continua a ser um local de estudo e reflexão, mas também de prazer, de convívio, de diversão. Se entrarmos numa Escola Básica ou Secundária, é com agrado que vemos os alunos entrar e sair com à-vontade e liberdade de uma biblioteca cada vez mais diversificada, actualizada e atraente.
As outras bibliotecas também mudaram. Quem visita uma Biblioteca Municipal pode ficar surpreendido com a diversidade dos públicos que aí encontra, desde as crianças do Jardim de Infância que vêm ouvir histórias ou fazer fantoches, aos idosos que aí encontram os jornais e revistas que não podem comprar, a grupos de jovens que se reúnem num local agradável para ouvir música, ver um filme ou preparar um trabalho escolar.
O gosto pela leitura é como a educação das boas maneiras : deve começar no berço. Quem apanha o “bichinho” da leitura em criança, nunca mais o larga. Os gostos podem mudar, hoje a B.D., amanhã o romance ou a poesia, de Astérix e Harry Potter a Saramago, cada um pode encontrar na biblioteca , ao longo da vida, o amigo que o vai acompanhar nos bons e maus momentos. Ler não tem de ser uma maçada , mas sim um prazer partilhado, discutido, oferecido...
Num mundo dominado pela Internet, perdeu-se um pouco o gosto pelos livros. Parecem coisas do passado, objectos esquecidos nas prateleiras a ganhar pó que apenas os mais velhos (os “ciberanalfabetos”) ainda consultam… Confesso que faço parte dos que preferem folhear um dicionário a ver deslizar páginas no ecrã do computador ; um romance, nem se fala, seria para mim impensável lê-lo em versão informática!
Nem sempre leio o que quero nem quanto desejaria, mas cada vez que pego num livro sinto a mesma insaciável curiosidade da criança que de repente consegue ler sozinha e descobre um mundo novo, feito só para ela.
Se não fosse professora, gostaria de ser bibliotecária. Coisas de bichinhos…

Profª Helena Camacho

22 de outubro de 2007

Ler ao desafio

Adquirimos as obras que a seguir apresentamos e estamos à espera que vocês as leiam e comentem neste mesmo local. Ficamos à vossa espera.

Do "Clube das Amigas" temos três novos títulos. Boas leituras!

Agora só me faltava ter de usar Aparelho nos Dentes

Sinopse: Nesta não está definitivamente a passar pelo período mais prometedor da sua vida. Primeiro, convenceu-se de que toda a gente a acha demasiado superficial e não consegue ver quaisquer qualidades em si própria. Depois, recebe a maravilhosa notícia de que tem de usar aparelho nos dentes pelo menos durante um ano. Um ano?!? Como é que ela vai passar um ano inteiro sem abrir a boca à frente de um rapaz giro? Não é possível! E logo agora tinha de conhecer Luke, que não só é um autêntico deus grego, como imensamente simpático, inteligente e louco por cinema como ela. Nesta tem medo de não estar à altura… até a situação enveredar por um caminho inesperado e ela descobrir uma faceta da sua personalidade muito além das aparências...





Quero ter uma família normal

Sinopse: Conheces a Alex? Se leste Lembrem-se de que Eu também Existo já fazes uma pequena ideia de como a sua vida é superatribulada! E agora, ainda por cima, os pais lembraram-se de levar toda a família para uma colónia de férias no Norte do País de Gales… que seca monumental!!! E como se não bastasse, isso significa ficar longe do Mark, o novo namorado… Mas a vida é imprevisível e… sabes o que aconteceu? Pois… é que em Gales há rapazes giríssimos e… um deles estava a passar férias… exactamente onde?... Bingo!!... na mesma colónia de férias que a Alex, claro! Agora é que o seu coraçãozinho se encontra em apuros! Descobre como tudo se passou e diverte-te com as suas aventuras!






Não tenhas pressa de crescer

Sinopse: Izzie, em vésperas de iniciar o 10º ano, sente-se insatisfeita com a sua pessoa. Então quer reinventar-se, mais madura, mais sofisticada. Izzie deita um olhar crítico ao seu guarda-roupa e começa por decidir fazer um piercing no umbigo. Depois conhece aquele rapaz, Josh, um motoqueiro irresistível mas com amigos pouco recomendáveis. Uma noite, em casa de Nesta, resolve iniciar-se na experiência das bebidas alcoólicas, mas dá-se mal e acorda com uma terrível ressaca! Para piorar as coisas a mãe começa a aperceber-se das mudanças de comportamento de Izzie e lê o diário da filha... Um livro divertido, mas que não sabemos como pode acabar!


Biblioteca Verde


Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres.
São só 24 volumes encadernadosem percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde, só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.
Rio de Janeiro? Aqui é o Coronel.Me mande urgente sua Bibliotecabem acondicionada, não quero defeito.Se vier com um arranhão recuso, já sabe:quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.S
egue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de cargavai levando tamanho universo.
Chega cheirando a papel novo, matade pinheiros toda verde.
Sou o mais rico menino destas redondezas.(Orgulho, não; inveja de mim mesmo)
Ninguém mais aqui possui a coleçãodas Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passa a mão no som da percalina, esse cristal de fluida transparência: verde, verde.Amanhã começo a ler. Agora não.
Agora quero ver figuras. Todas.Templo de Tebas. Osíris, Medusa,Apolo nu, Vênus nua... NossaSenhora, tem disso nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa: Não dorme este menino.O irmão reclama: Apaga a luz, cretino!
Esparmacete cai na cama, queima a perna, o sono.
Olha que eu tomo e rasgo essa Biblioteca antes que pegue fogo na casa.
Vai dormir, menino, antes que eu perca a paciência e te dê uma sova.
Dorme,filhinho meu, tão doido, tão fraquinho.
Mas leio, leio. Em filosofias tropeço e caio, cavalgo de novo meu verde livro, em cavalarias me perco, medievo; em contos, poemas me vejo viver. Como te devoro,verde pastagem.
Ou antes carruagem de fugir de mim e me trazer de volta à casa a qualquer hora num fechar de páginas?
Tudo que sei é ela que me ensina.O que saberei, o que não saberei nunca
está na Biblioteca em verde murmúrio de flauta-percalina eternamente.

Carlos Drummond de Andrade

19 de outubro de 2007

Pois não, as letras não são tretas, nem obsoletas, nem para "caretas".As letras e as palavras são o corpo das ideias e se da língua portuguesa se vê o mar, como disse Vergílio Ferreira, vamos então aproveitá-la para navegar. Vamos desbravar ideias como ondas, cavalgá-las e conquistá-las. Vamos chegar à praia e construir castelos na areia, protegê-los da maré enchente para depois os deixarmos ser levados pela sétima onda, levando assim também um pouco de nós. Vamos.