A Biblioteca D. João II dispõe de um serviço de referência. Todas as quartas-feiras das 11h50 às 12h35 estamos disponíveis online e através de telefone para ajudar a esclarecer as tuas dúvidas. Email: bedjoaoii@gmail.com Telf.: 265 708 500
17 de março de 2015
Concerto na D.João II
Os músicos Marco Alonso e Hélder Pereira tocaram Guitarra Flamenca e Guitarra Electro-acústica num evento realizado no dia 17 de março, na Biblioteca.O evento foi organizado pela professora Cecília Graça e contou com a presença de professores e alunos da nossa escola.
15 de março de 2015
Mais leituras entre a Poesia e a Ciência
Leitura do poema - Eterna presença, pelos alunos Rodrigo e Andreia do 7ºG
Leitura do poema - Pastoral, pelos alunos Pedro e Alexandre do 7ºG
Leitura do poema - Homem Novo, pelos alunos Gonçalo e Gabriel do 7ºG
Poesia e Ciência: Poema para Galileo
Poema para Galileo
Leitura da Bianca, Camila e Beatriz do 7ºG
Estou olhando o teu
retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que
toda a gente conhece,
em que a tua bela
cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto
cabeção de pano.
Aquele retrato da
Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu
não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos
Ofícios.)
Aquele retrato da
Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte
Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do
Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade,
Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em
Florença
está guardado um dedo
da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que
está!
As voltas que o mundo
dá!
Se calhar até há gente
que pensa
que entraste no
calendário.
Eu queria
agradecer-te, Galileo,
a inteligência das
coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de
homens como eu
a quem tu
esclareceste,
ia jurar- que
disparate, Galileo!
- e jurava a pés
juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem
tanto mais depressa
quanto mais pesados
são.
Pois não é evidente,
Galileo?
Quem acredita que um
penedo caia
com a mesma rapidez
que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a
inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me,
Galileo,
daquela cena em que tu
estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens
doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te
severamente.
Estavam todos a ralhar
contigo,
que parecia impossível
que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num
perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e
comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de
piedade,
os rostos
impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados
à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas
alturas
e poisaram, como aves
aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas
daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a
tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas
eminências desejavam,
e dirias que o Sol era
quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros
bailavam e entoavam
à meia-noite louvores
à harmonia universal.
E juraste que nunca
mais repetirias
nem a ti mesmo, na
própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis
heresias
que ensinavas e
descrevias
para eterna perdição
da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus
doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo,
empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a
rolar pelos espaços
à razão de trinta
quilómetros por segundo.
Tu é que sabias,
Galileo Galilei.
Por isso eram teus
olhos misericordiosos,
por isso era teu
coração cheio de piedade,
piedade pelos homens
que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou
de buscar a verdade.
Por isso estoicamente,
mansamente,
resististe a todas as
torturas,
a todas as angústias,
a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto
incessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do
quadrado dos tempos.
António Gedeão
Poesia e Ciência: Lição sobre a água de António Gedeão
Poema: Lição sobre a água de António Gedeão
Lido pelo Gabriel do 7ºG e pela profª Gracinda
Lido pelo Gabriel do 7ºG e pela profª Gracinda
Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.
É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.
Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.
Poesia e a Ciência . Lágrima de Preta
Lágrima de preta
Encontrei
uma preta
que estava a
chorar,
pedi-lhe uma
lágrima
para a
analisar.
Recolhi a
lágrima
com todo o
cuidado
num tubo de
ensaio
bem
esterilizado.
Olhei-a de
um lado,
do outro e
de frente:
tinha um ar
de gota
muito
transparente.
Mandei vir
os ácidos,
as bases e
os sais,
as drogas
usadas
em casos que
tais.
Ensaiei a
frio,
experimentei
ao lume,
de todas as
vezes
deu-me o que
é costume:
Nem sinais
de negro,
nem
vestígios de ódio.
Água (quase
tudo)
e cloreto de
sódio.
António Gedeão
7 de março de 2015
Subscrever:
Mensagens (Atom)